A Estação do Cais do Sodré, projetada por Porfírio Pardal Monteiro, destacado membro da primeira geração de arquitetos modernistas portugueses e inaugurada em 1928, foi uma encomenda da Sociedade Estoril, à data detentora da exploração da linha férrea de Lisboa a Cascais, a primeira a ser eletrificada em Portugal.
A Estação traduz uma resposta moderna na forma como a sua fachada simétrica se enquadra na malha urbana envolvente, no seu carácter funcional patente na articulação dos espaços e na simplificação dos volumes, assim como na introdução do novo material construtivo do séc. XX, o betão armado, permitindo associar estruturas metálicas decoradas a superfícies envidraçadas, com a abertura de grandes vãos, e a introdução do arco da fachada principal, que se prolonga para o interior e da pala na fachada, elementos do novo vocabulário arquitetónico.
O edifício de passageiros tem planta em “U” e volumetricamente é composto por três corpos – o central, mais alto e saliente, está voltado para o largo, marcando a entrada, com pé direito duplo.
A par destas soluções estruturais e arquitetónicas, evidencia-se uma conceção Art Déco, expressa numa forte linguagem geométrica, estilizada e planificada de acordo com a estrutura do edifício, tanto no exterior como no interior.
A Estação Metropolitana e Ferroviária do Cais do Sodré, da autoria dos arquitetos Nuno Teotónio Pereira e Pedro Botelho, foi distinguida com o Prémio Valmor em 2008. A estação ferroviária está classificada desde 2012 como Monumento de Interesse Público.
Sem comentários:
Enviar um comentário