Em meados do século XVI, D. Manuel de Portugal, figura da Renascença
portuguesa, construiu o núcleo central do edifício em terrenos alugados dos
monges jerónimos.
Em 1726, a propriedade foi comprada por D. João V para ser uma quinta de
veraneio, permanecendo na posse da família real até 1908. A partir desta data,
a tutela foi assumida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, que usou o
Palácio de Belém para acolher hóspedes oficiais estrangeiros em visita a
Portugal, até à implantação da República.
Atualmente, a presença do chefe de Estado é sinalizada pelo pavilhão (ou
bandeira) presidencial hasteada na fachada principal do edifício.
Sala
das Bicas
Subindo a escadaria
com pórtico em pedra, chegamos à famosa sala das Bicas, espaço de onde os
convidados do Presidente da República prestam declarações aos jornalistas. A
sala possui chão em mármore preto e branco e um impressionante teto de madeira
pintado. Nas paredes, silhares de azulejos policromados, bustos de jaspe
representando imperadores romanos e duas bicas que dão o nome à sala. Um
imponente lustre de bronze e reposteiros em cor escura com o escudo de D. João
V (sem coroa) completam a decoração.
Sala de
Jantar
À direita da Sala das
Bicas fica a Sala de Jantar. Entre 1980 e 1985 esta sala serviu de museu,
expondo os presentes oferecidos ao Presidente Ramalho Eanes, voltando,
posteriormente, à função de sala de refeições para convidados. O destaque da
decoração são os quadros representando os 5 sentidos: visão, audição, tato,
olfato e paladar.
À esquerda da Sala das
Bicas fica um corredor que serviu de Galeria dos Retratos dos anteriores
Presidentes da República. Hoje, esses retratos pintados a óleo sobre tela,
estão expostos no Museu da Presidência.
Sala
Dourada
A Sala Dourada
comunica com o primeiro dos três salões da zona nobre do Palácio – já assim
concebido no tempo de D. Manuel de Portugal. O suntuoso teto da Sala Dourada
foi executado no século XVIII. É considerado um dos tetos mais grandiosos de
Portugal. Apainelado, com uma pintura central alegórica e quatro medalhões
rodeados de ornatos em talha dourada.
Por trás da Sala
Dourada existe uma pequena capela onde foram batizados o Rei D. Manuel II e o
seu irmão, o príncipe Luís Filipe, e, ainda, Miguel, o segundo filho do
Presidente Ramalho Eanes.
Sala Império
A Sala Império – assim conhecida por estar decorada com móveis deste estilo – era anteriormente chamada de Sala dos Retratos ou dos Presidentes – pois até 1985, ostentava os retratos dos Presidentes da República. Atualmente, há uma tapeçaria de grande dimensões na parede onde os retratos eram expostos, que contém um medalhão de D. João VI, curiosamente semelhante ao existente no centro do teto pintado.
Sala
dos Embaixadores
A Sala dos Embaixadores
possui teto dividido em painéis. É nesta sala que se realizam as tomadas de
posse individuais de membros do Governo, e o local onde os embaixadores
estrangeiros entregam as suas cartas credenciais ao Presidente da República.
Gabinete
Presidencial
O Gabinete de
Audiências do Presidente foi durante muitos anos um quarto, no qual dormiram
alguns reis e hóspedes ilustres da Coroa. O cômodo passou por várias
remodelações, como as realizadas em 1886 para a acomodação de D. Amélia. Anos
depois, com Ramalho Eanes, foi instalado o gabinete de audiências do
Presidente. Nas paredes estão o quadro do Rei D. Carlos e as telas do pintor
Ricardo Viana retratando a vista de Sintra e a vista Alentejana. O grande
destaque é a cadeira presidencial conhecida por “cadeira dos leões”.
Jardim
do Buxo
O principal jardim do
Palácio Nacional de Belém é o conhecido Jardim do Buxo. Com traçado especial, o
jardim encanta seus visitantes e proporciona uma vista privilegiada da região
de Belém.
Integradas ao jardim
do Palácio Nacional de Belém encontramos as “Casas de Fresco”. Construídas no
século XVII e reformadas no Reinado de D. Maria I, estes espaços são um refúgio
para os dias mais ensolarados.
Jardim
de Cascata
Contextualizada na tradição dos grandes jardins cenográficos europeus, a imponente estrutura do Jardim da Cascata foi construída por ordem de D. Maria I para abrigar aves exóticas. A estátua de Hércules marca o eixo central desta obra monumental.
O pátio dos bichos
Uma
das novidades foi a construção do que hoje chamamos o Pátio dos Bichos. O rei
mandou trazer para o Palácio de Belém animais exóticos oriundos de todos os
lugares do Império, mesmo dos mais recônditos. Rinocerontes, elefantes,
macacos, leões, ursos, cobras, tigres, zebras, gorilas, girafas, orangotangos,
dragões de Komodo, crocodilos, pássaros diversos, vieram todos.
No Pátio dos Bichos estavam
as jaulas para animais ferozes, os grandes carnívoros, e nos terrenos
adjacentes ao Palácio ficaram instalados os herbívoros e os que foram
considerados não perigosos. Foram igualmente construídos pavilhões e viveiros
para os pássaros.
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Mapa |
Visita Guiada ao Palácio de Belém, em Lisboa - Portugal
O Palácio de Belém não é o mais suntuoso dos palácios portugueses, mas foi o escolhido, desde a primeira hora, para residência oficial do Presidente da República. Por que foi este o palácio escolhido pelo regime republicano é uma das perguntas que verá respondida neste Guiada sobre a história do Palácio de Belém. No último século, foram 18 os Presidentes que ocuparam o Palácio de Belém, mas só seis aqui viveram. Em vésperas do 19º Presidente da República, instalado no Palácio de Belém, levamo-lo numa visita guiada pelas suas memórias, salões e jardins.
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