Este magnífico edifício é o resultado da vontade de João Martins de Barros que, em abril de 1894, adquiriu o Forte da Cruz (também designado por St.º António da Cruz da Assubida), para sobre as suas ruínas edificar uma residência. O chalet foi concluído em 1896 e, apesar de o seu proprietário ter praticamente entrado em ruína com os excessivos custos do projeto, o conjunto impressiona, ainda hoje, pelo seu carácter mediavalizante e pela privilegiada implantação sobre o mar e sobre a praia do Tamariz. Mais do que ao seu proprietário, a singularidade do edifício ficou a dever-se ao arquiteto italiano César Ianz (autor do Coliseu dos Recreios, em Lisboa e do projeto das antigas cavalariças e cocheiras do Palácio Palmela, em Cascais) que aqui concebeu um palácio neorromânico, polvilhado de referências italianas, mas também algumas referências neomanuelinas, que conferem grande requinte ao aspeto de fortaleza medieval.
A face
voltada à praia é marcada por dois grandes torreões cujo coroamento é feito por
parapeitos ameados e por uma guarita. O edifício compõe-se por três andares,
funcionalmente e cenograficamente diferenciados: o primeiro andar é marcado por
uma arcaria de arcos de volta perfeita, sobre a qual se lança um terraço
panorâmico, avançando em direção ao mar; o segundo corresponde ao andar nobre
da residência, o que justificou um maior cuidado e uma amplitude das janelas,
em arco de volta perfeita, integrando vãos geminados. Finalmente, ao centro do
edifício, ergue-se uma poderosa torre de planta quadrangular, à maneira dos
torreões tardo-medievais que pontuam as cidades italianas. Do lado Norte, a
propriedade é limitada por um jardim irregular característico do Romantismo de
final do séc. XIX, criando um espaço de fronteira que reforça o intimismo do
conjunto original.
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