sábado, 20 de abril de 2024

Exposição fotográfica sobre a guerra na Ucrânia

Esta exposição resulta da experiência que David Araújo e Cândida Pinto, ambos repórteres da RTP, têm tido na Ucrânia ao longo destes dois anos de guerra. Estará patente nessa estação (acesso pela Av. Duque de Ávila) de 11 de abril a 09 de maio e pode ser visitada sete dias por semana, durante o horário de exploração da rede, entre as 06h30m e a 01h00.

Fruto das reportagens que têm efetuado sobre a guerra da Ucrânia, Cândida Pinto e David Araújo, também produziram o livro “Ucrânia Insubmissa”, de edição D. Quixote, que reúne retratos narrativos e fotográficos dos momentos iniciais da invasão russa de larga escala, que se prolonga por dois anos, onde os civis mantêm a resiliência face a um país invadido, interrompido, mas, porém, insubmisso.

A mostra apresenta uma seleção de imagens recolhidas pela equipa de reportagem durante os diversos períodos em que estiveram a fazer a cobertura noticiosa da guerra na Ucrânia e convida os visitantes a observar de perto um relato de momentos marcantes deste conflito. A exposição pretende, igualmente, manter a opinião pública atenta aos conflitos que continuam a fazer perdurar a guerra na Ucrânia e evitar que a mesma caia no esquecimento, não descurando o seu impacto negativo no povo ucraniano e no mundo inteiro.

A escolha de uma estação do Metropolitano de Lisboa para acolher esta exposição remete para a rede de metro de Kiev, local procurado por muitos habitantes da cidade como abrigo subterrâneo para se protegerem dos ataques aéreos ao longo destes dois anos de conflito.

“O metro tem um significado especial neste contexto de guerra e daí surgiu a ideia de divulgar esta exposição nas estações de metro em Portugal. Assim, depois do sucesso alcançado no Porto, pensamos que faz todo o sentido trazer esta exposição também para o Metropolitano de Lisboa, para que as pessoas possam observar de perto um relato de momentos marcantes de um conflito na Europa que ninguém julgava possível em pleno séc. XXI”, explicam os autores Cândida Pinto e David Araújo.







































Dois soldados ucranianos se casam na linha de frente de

Kiev 


Anastasiia, 24 anos, e Viacheslav, 43, deixaram de lado a guerra por algumas horas para fazerem seus votos em um parque da cidade de Kiev, vestindo seus trajes de combate do exército com armas penduradas nos ombros.

Para se parecer mais com uma noiva, Anastasiia usava rosas no cabelo e segurava um buquê para caminhar por um corredor improvisado seguida por seus colegas soldados.

Os noivos exibiram suas alianças logo após a cerimônia, posando para fotos ao sol em meio ao bombardeio russo.







Ucrânia. Morreu Viacheslav, o noivo de Kiev



A 7 de abril de 2022, os enviados da RTP à Ucrânia assistiram ao casamento de Anastasia com Viacheslav. Dois elementos que faziam parte da proteção de Kiev, e decidiram aproveitar um momento de pausa para dar o nó. No passado dia 21 de abril, Viacheslav foi atingido por um míssil num prédio em Kostyantynivka, no Donbass, e acabou por falecer.

A foto do casamento dos dois miliares ucranianos é a capa livro de Cândida Pinto e David Araújo, “Ucrânia Insubmissa”.

 "Olá, o meu marido morreu". Anastasia escreveu-nos isto na crueza diária da guerra. Instalou-nos um soco no estômago, mínimo, face ao sofrimento dela", afirmou Cândida Pinto na rede social Instagram.

 Anastasia viveu com Viacheslav no prédio em Kostyantynivka, onde foi atingido, desde fevereiro de 2023. Tinham casado a 7 de abril de 2022, poucas semanas após o início da invasão russa.

Reportagem dos enviados da RTP, Cândida Pinto e David Araújo, em Kiev a 7 de abril de 2022

 Segundo a repórter da RTP Cândida Pinto, nos últimos meses o casal foi enviado para o Donbass, para a região de Bakhmut, Chasiv Yar e Kostyantynivka.

“Anastasia foi-nos contando tudo isto nos últimos dias. No meio da tragédia encontra espaço para uma gratidão que nos deixa de coração apertado”, escreveu a jornalista da RTP na mesma rede social.

O batalhão de Anastasia mudou de posição nas duas últimas semanas e a militar já estava em Kramatorsk à espera da transferência de Viacheslav.

“Obrigada por contarem a nossa história. A foto lembra-nos os momentos agradáveis da nossa vida”, diz Anastasia. “A sua memória viverá enquanto as pessoas se lembrarem dele”.

O funeral de Viacheslav vai decorrer esta quinta-feira nos arredores da capital ucraniana.



 


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