Vista aerea da Igreja de Nossa Senhora da Graça Inauguração c.
1369 Restauro 13
de outubro de 1974 |
História
De acordo com as Memórias Paroquiais de 1758, a fundação da
Paróquia de Corroios data de 1369, durante o reinado de D. Fernando I, se bem
que não se conheçam documentos originais relativos à fundação.
Em 1755, a primitiva igreja de Corroios sofreu catastróficos
danos durante o terramoto que se abateu sobre o país; como relata o pároco em
1758: "pelo terramoto de Novembro de 1755, cahio totalmente por terra,
tinha três altares, o altar mór e dois colateraes". Desta antiga igreja
restaram poucos vestígios: em 1982, aquando da realização de obras de
ampliação, o Centro de Arqueologia de Almada/Ecomuseu Municipal do Seixal levou
a cabo escavações que localizaram algumas fundações e muros da antiga
construção, assim como um cemitério com enterramentos datados entre os séculos
XV e XVII. Existe também uma lápide tumular do século XVI, conservada no
interior das instalações actuais, com a inscrição "S.ª DE JOAM GLZ E SVA
MOLHER E DE TODOS SEVs ERDRsO ANO DE 1567" — pertencendo, provavelmente a
uma família nobre proprietária na região.
Devido ao facto de os habitantes de Corroios serem, nessa época,
em número reduzido, a reconstrução após o terramoto não foi imediata: em 1758
ainda só se encontrava levantada a capela-mor. Enquanto se reconstruia a igreja
paroquial, foi temporariamente usada como local de culto da freguesia a capela
de Santo António da Olaya, na Quinta do Rouxinol (pertencente à família
Rosignol). O acabamento das obras deveu-se a algumas ofertas mais avultadas,
tais como uma de D. Teodora Isabel de Lima (50.000 réis) e, em 1760, do Infante
D. Pedro (96.000 réis).
Em 1834, o Ministro da Justiça Joaquim António de Aguiar,
"o Mata-Frades", promulga o decreto de extinção das ordens
religiosas; nesta altura, a Igreja de Corroios deixa de receber o importante
rendimento do Convento de São Domingos de Lisboa. A partir daí, as poucas
pessoas residentes em Corroios tiveram grande dificuldade em manter o pároco e
conservar a igreja, de tal maneira que o Cardeal-Patriarca D. Guilherme
Henriques de Carvalho extingue a Paróquia de Corroios, alegando que "a sua
Igreja se achava já tão arruinada e indecente quando foi feita a Visita
Pastoral dela, que mandou intimidar os fregueses e vizinhos da mesma Igreja,
para a repararem e tornarem decente, para melhor se conservarem as imagens
sagradas e poder celebrar o Santo Sacrifício da Missa, sob pena de mandar
secularizar a dita Igreja". A freguesia fica então incorporada na
freguesia de Nossa Senhora do Monte Sião da Amora.
Por Carta Régia de 27 de Junho de 1856, a Irmandade do
Santíssimo Sacramento da Freguesia da Amora foi autorizada a vender o edifício
da Igreja de Corroios para acorrer às despesas de reparação da Igreja da Amora.
Depois de várias tentativas mal sucedidas (por não aparecer nenhum licitante),
o edifício foi adquirido já em completo estado de ruína e constando só das
paredes por Manuel Francisco Júnior, a 30 de Dezembro de 1907, pela quantia de
50.100 réis. Em 1924, este requereu à Câmara licença para colocar madeiramento
e telhado, com a intenção de o transformar em casa de habitação e arrecadação
de objectos de lavoura — a adaptação nunca se chegou a fazer, e ao longo dos
trinta anos que se seguiram, foi palco das mais variadas funções: alojamento de
famílias humildes, palheiro, estábulo para guardar rebanhos, recinto para
apresentação de circo.
O catalisador para o movimento de restauro da igreja parece ter
sido quando, em 9 de Dezembro de 1946, a imagem peregrina de Nossa Senhora de
Fátima esteve presente diante do edifício arruinado, onde foi recebida por
muita gente da região. Ainda durante a década de quarenta, o Patriarcado de
Lisboa volta a adquirir o edifício. Em Março de 1952, uma Comissão Pró-Restauro
da Igreja de Corroios dirige-se ao Patriarcado para solicitar autorização para
a cobertura das paredes da igreja: louvada e encorajada, a Comissão cedo
angariou materiais e mão-de-obra gratuita com peditórios porta-a-porta, e
espectáculos em que chegaram a participar artistas como Hermínia Silva e Eunice
Muñoz.
No Verão de 1957, ainda as obras não estavam concluídas, mas já
lá se celebrava Missa, presidida por sacerdotes da Amora. A imagem de Nossa
Senhora da Graça, coroada com fundos recolhidos em toda a comunidade, foi
oferecida por volta desta altura, por Francisco dos Reis Pereira. Finalmente, a
13 de Outubro de 1974, o Cardeal-Patriarca D. António Ribeiro restaura a
Paróquia de Corroios. Sucedem-se, com a colaboração da Câmara Municipal do
Seixal e da Junta de Freguesia de Corroios, um conjunto de obras importantes
que ampliam a igreja: em 1978 constroem-se duas salas mortuárias, sacristia, e
cartório; em 1982 ampliam-se as infra-estruturas da igreja com criação de
espaços próprios para reuniões e catequese, em 2017 amplia-se o adro, e lá se
colocam 5 oliveiras lembrando os 5 mistérios do Rosário de Maria.
Párocos de Corroios
• Pe. António
Benetti C.S. (1974–1976)
• Pe. Paulo Eufrásio
(1976–1977)
• Pe. Norberto Lino
S.J. (1977–1997)
• Pe. Júlio do Vale
(1997–2008)
• Pe. Casimiro
Henriques (2008–2017)
• Pe. Miguel Alves
(2017–),a partir de 2019, in solidum (Moderador)
• Pe. Clemilson
Bernardes da Silva (2019–), in solidum
Fonte: wikipedia
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=16755
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