Apenas 55 segundos: é quanto demora
a percorrer 145 metros de altura entre a rua e o miradouro da Torre Vasco da
Gama, ou então 525 anos recuando ao dia em que o navegador português natural de
Sines chegou à Índia, em 1498. Projetada pelos arquitetos Leonor Janeiro e Nick
Jacobs para celebrar os 500 anos da ligação marítima entre a Europa e a Índia
na Expo98, a torre tornou-se desenho perene na paisagem de Lisboa moderna,
reabrindo agora como miradouro, com bar incluído.
Moderna e cultural, a experiência
começa nos elevadores panorâmicos autónomos situados à esquerda do hotel
Myriad, no Parque das Nações. Comprado o bilhete, à entrada vê-se uma
cronologia da viagem dos portugueses “por mares nunca dantes navegados” – como
escreveu Luís de Camões em Os Lusíadas -, e até se pode tirar uma fotografia
divertida com a mesma altura da torre. A viagem até ao topo é veloz e a vista
arrebatadora sobre o Tejo e a margem sul não deixa ninguém indiferente.
O interior da cúpula da Vasco da
Gama Tower Babylon 360º lembra um favo de mel. Há neons que mudam de cor, um
jardim vertical de plantas naturais, sofás e bancos altos debruçados sobre a
vista panorâmica. Para ajudar a descodificar a paisagem, mas também a divulgar
a história, natureza e património do país, cada uma das 38 janelas do miradouro
tem um ícone e um QR code com textos breves audiodescritos sobre o centro
histórico de Lisboa, os Açores, o Atlântico, o Oceanário, entre outros.
Beber um cocktail no edifício (e
bar) mais alto de Portugal é outro dos atrativos. São 12 originais, todos com
inspiração em especiarias como a canela, açafrão, gengibre, e noz-moscada,
apreciadas pela realeza e alta burguesia no séc. XV. Um deles é o Chaaym e
junta masala chai, um blend muito popular na Índia, com uísque, licor de sabugueiro
e gengibre. Já o Dhanibee, com gin, sementes de coentros, folha lima kaffir e
flor de laranjeira, lembra um “antídoto” contra o escorbuto dos marinheiros.
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