Até ao século XIX, Ferreira do Alentejo não era rica em edifícios civis de interesse arquitectónico e artístico. A maior parte dos edifícios nobres da vila foi erguida por duas das mais poderosas famílias locais, os Pessanhas e os Vilhenas, e apenas a partir de 1800, quando Ferreira conhecia uma época de grande desenvolvimento económico, baseado na indústria vinícola. Estas habitações situam-se na sua quase totalidade na vizinhança do antigo Rossio, hoje Praça Comendador Infante Passanha, onde está o edifício da Câmara Municipal. Este era verdadeiramente o centro do poder político e religioso da vila alentejana, onde desembocam as artérias nobres da localidade, incluindo a antiga Rua Longa, hoje Rua Capitão Mouzinho.
A antiguidade desta praça é comprovada pela
presença da Matriz, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, e que resulta de uma
série de intervenções sobre um primitivo edifício que já existiria no ano de
1320, quando toda a vila era pertença da Ordem de Santiago. Os outros edifícios
religiosos situados no rossio eram as capelas de Santo António e do Espírito
Santo, esta última já desaparecida.
Também os Paços do Concelho chegaram a funcionar
na Praça, para onde se mudaram em data incerta (depois de terem funcionado por
muito tempo na Rua Longa), e onde permaneceram até 1879, quando terão sido
transferidos para a Rua Conselheiro Júlio de Vilhena. Não se conhece a
localização exacta da casa nobre que os recebeu, e que de resto terá sofrido
profundas transformações.
Hoje em dia, a Praça Comendador Infante Passanha
é um largo rectangular, arborizado e luminoso, com uma placa central em calçada
portuguesa onde está um monumento de homenagem ao Comendador (busto em bronze
sobre pedestal piramidal).
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