Antunes Fotografia: São João das Lampas

São João das Lampas é a freguesia de maior extensão geográfica do concelho de Sintra.

A agricultura era até há pouco tempo a sua actividade principal, no entanto, hoje em dia convive com a indústria e o turismo. A extensão da costa e a presença de núcleos relativamente preservados de arquitectura tradicional trazem um grande número de visitantes à freguesia.

A proximidade do Oceano sempre marcou o quotidiano da região. Existem ainda os vestígios de uma fortaleza construida para a defesa dos ataques dos piratas "mouros".

São João das Lampas apresenta portanto um importante património histórico e cultural, onde se destacam a Calçada, Ponte Romana e azenhas na Catribana, as Ruínas de São Miguel de Odrinhas ou a Ermida de Santa Susana.

Outros locais de interesse são os Menires da Barreira, o Pórtico manuelino da Igreja Matriz, o Pelorinho ou o Poço, que era o centro da antiga aldeia.

Uma pitoresca localidade que vale a pena visitar.

IGREJA DE SÃO JOÃO BAPTISTA

A Igreja Paroquial de São João Baptista é um magnífico templo de origens góticas, contemplando já vários séculos de existência. Apesar dos primeiros documentos conhecidos datarem do século XV, precisamente de 1421, é muito possível que a primeira estrutura ali existente possa ter surgido ainda nos séculos XIII ou XIV. Arquitectonicamente inscreve-se no conjunto dos templos religiosos da característica região saloia, munido de torre sineira e alpendrada que percorre as fachadas nascente e meridional. Apresenta uma planta longitudinal dividida por dois rectângulos justapostos que correspondem à abside e à nave. A estrutura arquitectónica sofreu ao longo dos séculos várias alterações ao projecto original que não apresentaria uma estrutura tão complexa como aquela que agora existe.

A primeira grande campanha de obras foi executada ainda no tempo do Rei D. Manuel I, do qual herdamos o magnífico portal axial, que se insere na fachada principal da referida igreja.

O pórtico axial, manuelino, (classificado pelo Decreto nº 8252, de 10 de Julho de 1922), envolvido por painéis de azulejo figurados, é de arco canopial com colunelos de bases oitavadas. O interno é liso e o capitel facetado; o externo é torso, decorado com flores quadriplicadas, capitel cogulhado e, superiormente, nos ângulos do arco cresce em hastes rematadas por cogulhos de vegetação. O intradorso dos colunelos e arco é esculpido com elementos fitomórficos e, junto à base e o outro do arco, com carrancas.

Nos séculos XVII e XVIII outras campanhas terão sido realizadas mas contemplando sobretudo o interior e o alpendre. No século XX o templo sofreu grandes obras de intervenção, nomeadamente ao nível da conservação, restauro e beneficiação e a acoplagem, ao corpo principal, de volumes de apoio à própria vida religiosa da freguesia. Estas últimas intervenções, que decorreram a partir da segunda metade do século XX, foram da responsabilidade da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.

ESCULTURA AO TRABALHADOR AGRÍCOLA

Monumento ao Trabalhador Rural, de Pedro Anjos Teixeira, anos 80 do século passado hoje com vista geral após o término do processo de intervenção de conservação e restauro, 2020