quinta-feira, 28 de abril de 2022

Exposições temporárias no Museu Coleção Berardo


                               
 

Cada período, feito de dúvidas, ruturas, recomposições, técnicas diferentes, constitui um conjunto de uma grande coerência. No seu trabalho, as séries respondem a uma lógica interna, marcando cada uma das épocas com a sua biografia íntima, os seus encontros, a sua relação com a atualidade e, de modo mais amplo, com a história.

O «vermelho» de todas as cores e nuances irriga a pintura de Gérard Fromanger, ao ponto de Jacques Prévert imaginar, à semelhança do azul Klein, um vermelho Fromanger.

A obra de Gérard Fromanger é a de um grande explorador do mundo que o rodeia, em permanente sintonia com a estética flâneuse de Walter Benjamin, ou com as derivas de Guy Debord.
Historicamente, existe uma convergência entre a sua obra e a Pop Art, na preferência por cores não moduladas e audaciosas, mas aquela está em constante rebelião contra toda a forma categórica de convenção artística. As suas conversões a diversas práticas fizeram com que permanecesse constantemente aberto a novas ideias. A sua exploração do conjunto das temáticas tradicionais da pintura — o retrato, o nu, a paisagem, a mitologia, a pintura de temas históricos — inscreve-o na continuidade da história da pintura, mas a sua forma despojada de todo o simbolismo implica ao mesmo tempo uma rutura. A obra de Fromanger é caracterizada pela tensão entre o figurável, o representável (corpos, paisagens, cidades...), e aquilo que resiste: o irrepresentável, o incerto, com os seus segmentos de pintura abstrata.

Fonte: MCB



«Last Folio», de Yuri Dojc e Katya Krausova



Yuri Dojc e Katya Krausova,


«Last Folio» compreende um conjunto de fotografias, os últimos testemunhos de uma cultura, da história de um povo — uma história que foi brutalmente interrompida quando das deportações dos judeus para os campos de concentração, em 1942. São imagens únicas pela sua autenticidade e intensidade, tão belas quanto trágicas, de ruínas de escolas, de sinagogas, de livros e de objetos.

A exposição inclui ainda um conjunto de retratos contemporâneos de sobreviventes do Holocausto e um filme que, de uma forma poética, nos tocam e testemunham as cicatrizes da tragédia nazi e da destruição da cultura judaica.

«Os livros que aparecem nestas fotografias não são meros objetos. Desfazendo-se em pó, a câmara ilumina como esse momento de desintegração também configura um momento de energia imensa e de movimento, uma última e gloriosa proclamação de transgressão, resistindo não só à morte mas também ao esquecimento.»

Fonte: MCB





























                             






























 






















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