Cada período, feito de dúvidas, ruturas,
recomposições, técnicas diferentes, constitui um conjunto de uma grande
coerência. No seu trabalho, as séries respondem a uma lógica interna, marcando
cada uma das épocas com a sua biografia íntima, os seus encontros, a sua
relação com a atualidade e, de modo mais amplo, com a história.
O
«vermelho» de todas as cores e nuances irriga a pintura de Gérard Fromanger, ao
ponto de Jacques Prévert imaginar, à semelhança do azul Klein, um vermelho
Fromanger.
A obra
de Gérard Fromanger é a de um grande explorador do mundo que o rodeia, em
permanente sintonia com a estética flâneuse de
Walter Benjamin, ou com as derivas de
Guy Debord.
Historicamente, existe uma convergência entre a sua obra e a Pop Art, na
preferência por cores não moduladas e audaciosas, mas aquela está em constante
rebelião contra toda a forma categórica de convenção artística. As suas
conversões a diversas práticas fizeram com que permanecesse constantemente
aberto a novas ideias. A sua exploração do conjunto das temáticas tradicionais
da pintura — o retrato, o nu, a paisagem, a mitologia, a pintura de temas históricos
— inscreve-o na continuidade da história da pintura, mas a sua forma despojada
de todo o simbolismo implica ao mesmo tempo uma rutura. A obra de Fromanger é
caracterizada pela tensão entre o figurável, o representável (corpos,
paisagens, cidades...), e aquilo que resiste: o irrepresentável, o incerto, com
os seus segmentos de pintura abstrata.
Fonte: MCB
«Last Folio», de Yuri Dojc e Katya Krausova
Yuri Dojc e Katya Krausova, |
«Last Folio» compreende um conjunto de fotografias, os últimos testemunhos de uma cultura, da história de um povo — uma história que foi brutalmente interrompida quando das deportações dos judeus para os campos de concentração, em 1942. São imagens únicas pela sua autenticidade e intensidade, tão belas quanto trágicas, de ruínas de escolas, de sinagogas, de livros e de objetos.
A exposição inclui ainda um conjunto de retratos contemporâneos de
sobreviventes do Holocausto e um filme que, de uma forma poética, nos tocam e
testemunham as cicatrizes da tragédia nazi e da destruição da cultura judaica.
«Os
livros que aparecem nestas fotografias não são meros objetos. Desfazendo-se em
pó, a câmara ilumina como esse momento de desintegração também configura um
momento de energia imensa e de movimento, uma última e gloriosa proclamação de
transgressão, resistindo não só à morte mas também ao esquecimento.»
Fonte: MCB
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